Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo começaram, nesta sexta-feira (21), às 23h, com a apresentação da Barroca Zona Sul. A agremiação voltou à elite da folia paulistana após 15 anos com tema sobre a líder quilombola Tereza de Benguela. No ano passado, a entidade foi consagrada a vice-campeã do Grupo de Acesso 1.
Com o enredo “Benguela… A Barroca clama a ti, Tereza!”, a comunidade cantou com o intérprete Pixulé o samba escrito por Acerola de Angola, André Valencio, Ermino, Jairo Roizen, Marcos Thiago, Morganti, Pixulé, Sukata e Tubino Meiners.
A mulher que tornou-se símbolo de liderança, força e luta pela liberdade

Desfile da Barroca (Foto: Felipe Silva / Amantes do Carnaval de São Paulo)
A comissão de frente retratou o nascimento de Tereza e, logo em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Igor Sena e Lenita Magrini, bailaram representando a imagem da líder quilombola e também do orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento, Oxóssi.
A origem angolana, a vida no Mato Grosso, o Quilombo do Quariterê, que chefiou após a morte de José Piolho, a opressão e uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra e também o Dia Nacional de Tereza de Benguela, comemorado no Brasil todo dia 25 de julho, ilustraram as 5 alegorias que cruzaram a avenida com a comunidade.

Desfile da Barroca (Foto: Felipe Silva / Amantes do Carnaval de São Paulo)
Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso durante o século XVIII. Foi esposa de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou do Quariterêre, entre o rio Guaporé (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia e a atual cidade de Cuiabá). Com a morte de José Piolho, Teresa se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho e a população (79 negros e 30 índios), morta ou aprisionada.
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